segunda-feira, 2 de maio de 2011

O mundo não está mais seguro sem Bin Laden. E os problemas vão aumentar

O líder não tinha mais o comando efetivo
das ações terroristas

Casa onde Obama foi encontrado e morto



 







Muito importante para os americanos, mas pouco significativa para o resto do mundo. Assim Paul Rogers classifica a ação dos Estados Unidos no território do Paquistão, que resultou na morte de Osama bin Laden, o terrorista mais procurado do mundo. 

Ulisses Neto, de Londres
Para o Portal Terra

O professor do departamento de Relações Internacionais da Universidade de Bradford, na Inglaterra, explica que a Al-Qaeda já não dependia de Bin Laden para arquitetar suas operações ao redor do planeta. Atualmente, o terrorista representava um símbolo do grupo, mas não arquitetava ações há algum tempo. O britânico, especialista em terrorismo e segurança no Oriente Médio, fala sobre a repercussão da morte do número 1 da Al-Qaeda nas ações extremistas.

Qual a consequência da morte de Bin Laden para a guerra contra o terror? 

Para os americanos, sem dúvida alguma, é uma notícia muito bem-vinda que será celebrada por algum tempo. No entanto, para a guerra contra o terror em si há uma importância muito menor. Ultimamente, Bin Laden era mais um alvo a ser perseguido, um ícone do terrorismo. A Al-Qaeda é hoje um movimento muito mais disperso ao redor do mundo do que era em 2001. Dessa forma, a ideia de que Bin Laden atuava como um líder supremo, que comandava tudo, já não correspondia com a realidade há algum tempo.

E de que forma a morte dele afeta a coordenação a Al-Qaeda? 

As articulações do grupo vão seguir da mesma forma que já vinham ocorrendo. Podemos esperar a ascensão ainda mais significativa de uma figura proeminente da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri. O egípcío é responsável pela arquitetura militar do grupo e pelo que se sabe, até o momento ele não foi morto ou capturado.

Portanto, na sua opinião, o mundo não está mais seguro sem Bin Laden.

Acho que teremos mais problemas, na realidade. Aparentemente, os recentes ataques terroristas no Marrocos não estavam ligados de forma direta a Al-Qaeda. Mas, informalmente, há uma cooperação com o grupo. Por isso, reafirmo: esse é um movimento muito disperso ao redor do planeta, que depende hoje muito mais de ações individuais. E isso vai continuar mesmo sem uma liderança central

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